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Iminência de greves aumenta tensão entre servidores e Belivaldo

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Fonte: Jornal do Dia/ Por Gabriel Damásio

 

belivaldo grevesA tensão entre o gover no Belivaldo Chagas e  as categorias de servidores públicos voltou a aumentar nos últimos dias, com a realização de duas grandes manifestações e respectivos anúncios de iminentes greves, marcadas para começar nos próximos dias. O fio condutor desta crise está, principalmente, na falta de concessão de reajustes ou revisões salariais anuais aos servidores, que não são concedidas há pelo menos cinco anos.


O primeiro movimento neste sentido veio dos professores da rede estadual, que já decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira. A previsão é de que a greve tenha a adesão de mais de 10 mil professores, paralisando as aulas nas 354 escolas estaduais. O magistério protesta contra o envio de dois projetos de lei à Assembleia Legislativa, com mudanças na concessão do triênio e a extinção gradual da lei que reduz a carga horária por tempo de serviço. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Oficial de Ensino de Sergipe (Sintese) critica estas propostas do governo e classifica-as como "gota d'água" de uma "política de massacre e de desmonte" contra direitos conquistados pela categoria. 
"O magistério estadual vive uma conjuntura que se arrasta em cinco anos de perdas. O governo não tem cumprido a lei nacional que reajusta ano a ano o piso salarial nacional. Essa política já provocou uma perda imensurável na remuneração dos professores. Por uma lei estadual, a nossa carreira foi destruída. E agora, dentro desse cenário de terra arrasada, o governo encaminhou projetos que retiram direitos importantes dos professores. Diante dessa política de enviar projetos tão graves sem fazer qualquer discussão, a categoria entendeu que esse foi o limite", disse a presidente do Sintese, Ivonete Cruz, que condicionou a suspensão da greve à retirada dos projetos da Alese. "Depende da vontade e da sensibilidade do governador. Se ele insistir em aprovar projetos que prejudiquem e massacrem mais os professores, a greve se arrasta por mais tempo", avisa.


Belivaldo Chagas, que reassumiu o cargo após uma semana de licença médica, reagiu à paralisação dos professores e pediu que, nesta segunda-feira, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) ingresse no Tribunal de Justiça (TJSE) com um pedido de decretação da ilegalidade da greve. O governador disse que "lamenta profundamente" a atitude do Síntese, porque ela "prejudica os alunos em um período próximo ao final do ano, principalmente àqueles que se preparam para entrar na universidade". Já o Palácio de Despachos reforça que não há, neste momento, qualquer discussão sobre retirada de triênio dos professores ou diminuição de salários dos servidores da educação e que, "para evitar interpretações indevidas, o Governo vai encaminhar uma emenda à Casa Legislativa".


Segundo o governo, o primeiro projeto trata da redução da carga horária dos professores da rede estadual ao longo da carreira e propõe fazer a mudança respeitando o direito adquirido. Já o segundo projeto trata da incorporação de gratificações para professores em período de aposentadoria, com a proposta de que professor permaneça, no mínimo, 15 anos em sala de aula. "Os dois projetos têm como objetivo trazer mais professores para sala de aula, corrigindo distorções de carga horária ociosa ou incorporações de gratificações, que contribuem para que o professor não exerça a sua principal atividade. Desta forma, o Governo pretende avançar na valorização do professor e garantir ao aluno o direito de aprender", diz o Estado, em nota. 

Segurança - A outra greve que pode explodir até o mês que vem reúne outra parte expressiva dos servidores estaduais, englobada em 14 categorias da área de segurança pública. Entre elas, estão policiais civis, bombeiros e policiais militares, peritos criminais, papiloscopistas, agentes penitenciários e agentes socioeducativos. Os servidores fizeram uma manifestação nesta quinta-feira em frente ao Palácio de Despachos, na qual estenderam uma faixa chamando Belivaldo de "traidor" e exigiram um diálogo direto com o governador, para que ele converse pessoalmente com os líderes dos sindicatos. Os operadores de segurança já marcaram outra mobilização, para o dia 9 de dezembro, às 15h, na praça Fausto Cardoso.


Neste dia, eles poderão colocar em discussão a possibilidade de uma greve geral dos serviços de segurança, incluindo o aquartelamento dos PMs e bombeiros. Todos tem se manifestado por pleitos como reposição das perdas inflacionárias, reestruturação das carreiras e melhoria das condições de trabalho. Os líderes destacam essas propostas já tinham sido acenadas pelo governo, mas houve recuo. "Todas as categorias estão se sentindo traídas e desvalorizadas pelo governador Belivaldo, porque muito se ouviu das entidades representativas e nada foi feito para minimizar os problemas que afetam atualmente os profissionais de Segurança Pública. É possível que seja necessário paralisar todas as atividades no próximo mês, durante o período das festas de final de ano, mas não é nosso principal objetivo", admitiu o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), Adriano Bandeira. 


Em nota, o governo do estado diz que "respeita, de forma democrática, toda e qualquer manifestação das categorias de trabalhadores", nas "infelizmente, devido as grandes dificuldades financeiras pela qual a administração estadual passa, não há espaço financeiro para atender as reivindicações sob pena de não se ter recursos para honrar qualquer tipo de reajuste que impacte na folha de pagamento".