Na última quinta-feira, 28, mais um capítulo foi escrito na história do Tribunal de Justiça de Sergipe, com o recuo da gestão do Tribunal na decisão de não renovar os contratos de estagiários de ensino superior.

Por mais de uma semana, estudantes de diferentes áreas se mobilizaram por meio de articulação com entidades sindicais e sociais, em manifestações nas redes sociais e através de entrevistas na imprensa, denunciando a medida desumana da Presidência do TJSE, noticiada no último dia 19, de suspensão dos seus contratos de estágio.

Desse modo, a nova determinação do Tribunal de renovar os contratos de estágio de nível superior é uma vitória do protagonismo desses próprios jovens sergipanos, com o apoio de inúmeros servidores efetivos do Tribunal e também da diretoria do SINDIJUS, que não se omitiram e apontaram o caráter penalizador da decisão, agora revertida, do TJSE.

Em carta publicada nas redes sociais, os estudantes, que se organizaram no movimento intitulado #RenovaTJSE, destacaram a importância da renovação dos estágios tanto para os seus aprendizados profissionais quanto para a colaboração financeira com as suas famílias. “Estamos otimistas pois nossa luta logrou êxito, as renovações foram publicadas oficialmente e os(as) estudantes que encontravam-se sem perspectiva para tanto, foram reinseridos na instituição”, afirmam.

Ao mesmo tempo em que demonstram alívio com a decisão dessa quinta (28), os estudantes alertam que seria fundamental a renovação também dos estagiários de nível médio. “Sabemos que nossa situação não é isolada das demais, e por isso manteremos contato com estagiários(as) de nível médio que possam ter suas renovações negadas nesse período como uma das medidas de contingenciamento de despesas da instituição. Continuaremos pautando que a renovação desses estágios seja garantida pelo TJSE”, defendem.

Enquanto não apresenta informações sobre os estudantes de ensino médio, que teriam condições de continuar os seus aprendizados no caso de renovação dos seus contratos, a gestão do TJSE continua sem alterar a realidade dos cargos comissionados, que chegam a ganhar até R$ 16.462,71, evidenciando que algumas das medidas de contingenciamento apenas têm como objetivo aprofundar as desigualdades.