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TJSE pretende arriscar vidas durante pico das mortes por Covid-19 em Sergipe

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O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), através do seu Gabinete de Crise, anunciou o retorno das atividades presenciais, a partir do dia 03 de agosto. A decisão põe em risco a vida dos servidores e usuários exatamente no momento em que os óbitos avançam no estado. A direção do Sindijus se opõe à medida e insistirá na prorrogação do teletrabalho.

O Estado de Sergipe registra cerca de 35 mil casos confirmados e 1.000 mortos na pandemia do coronavírus. Apenas Aracaju computou mais 19 mil confirmações e cerca de 400 óbitos, com aumento de 78,3% na taxa de mortalidade nas últimas 3 semanas. Estudo conduzido pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) prevê até 2.000 vítimas fatais nos próximos 30 dias no estado, com pico na taxa de mortalidade até meados do mês de agosto.

No ápice da pandemia no estado, a gestão do Poder Judiciário decide arriscar vidas. Uma posição desnecessária, considerando que grande parte dos serviços judiciais estão sendo prestados por meio de ferramentas digitais, frise-se, com custos operacionais sendo arcados pelos servidores.

O coordenador do Sindijus, Alexandre Rollemberg, alerta para a imprudência na conduta da gestão. “Ao tomar essa decisão, a gestão do tribunal desconsiderou completamente a atual situação sanitária e de saúde do Estado, com aceleração na taxa de contágio e de mortes. Além disso, a situação das UTIs preocupa, diante da ocupação de 80% da rede pública e extrapolando 120% na rede privada. O próprio TJ propagandeia a alta produtividade no sistema em home office, isso corrobora que a prioridade deve continuar sendo proteger vidas."

Ainda não foram divulgados os detalhes do procedimento que será adotado no retorno das atividades presenciais. Mas, desde já, a Diretoria do Sindijus se opõe à medida, por este ser o momento mais perigoso da pandemia, e novamente solicitará ao presidente do TJSE, Osório Ramos Filho, a prorrogação do atual regime de trabalho extraordinário.

A direção do sindicato também orienta aos servidores que fiquem em estado de alerta para se reunirem em Assembleia Geral, por videoconferência - caso a gestão não se reposicione - para definirem as medidas que serão adotadas em defesa das suas próprias vidas e da população usuária dos serviços.