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SINDIJUS volta a cobrar prorrogação do trabalho remoto

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Reforçando a necessidade de preservação das vidas de servidores, advogados e população que acessa o Judiciário sergipano, a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Sergipe enviou, nessa quarta-feira, 22/07, novo ofício à Presidência do Tribunal de Justiça de Sergipe reivindicando que o retorno dos trabalhos presenciais não ocorra num momento de tamanha gravidade da pandemia de covid-19 no estado.

A solicitação da diretoria do Sindijus ocorre pouco mais de uma semana após um pedido anterior do sindicato com o mesmo teor ser negado pelo presidente do TJSE, desembargador Osório Ramos Filho. Na resposta ao Sindijus, Osório afirmou que o pleito estava prejudicado, “em virtude da aprovação do Protocolo de Retomada das Atividades Presenciais a partir do dia 03/08”.

O coordenador do Sindijus, Alexandre Rollemberg, lamenta o posicionamento da gestão do Tribunal e diz que “enquanto a opção do presidente do TJ é pela mera formalidade, sem qualquer argumento plausível que sustente a retomada dos trabalhos, o compromisso do Sindijus, como entidade que representa a categoria de servidores do TJSE, é com a preservação da saúde e das vidas dos trabalhadores e trabalhadoras do órgão”.

A atual situação sanitária e de saúde pública em Sergipe e, de um modo particular, em Aracaju coloca a prorrogação do trabalho remoto como uma questão necessária ao bem da coletividade. Isso porque nessa terça-feira, dia 21/07, o estado registrava 47.110 casos confirmados de contágio e 1.182 óbitos pelo novo coronavírus, o que representou um aumento de 25% nas contaminações e 20% nas mortes em uma semana, quando a diretoria do Sindijus protocolou o ofício anterior.

Vale registrar também que esta semana, em 19 de julho, Sergipe teve o dia com mais casos confirmados desde o início da pandemia: 2.172 infecções pela covid-19 em 24 horas.

No mesmo sentido do alertado pelo Sindijus, estudos desenvolvidos pela Universidade Federal de Sergipe seguem chamando a atenção para a previsão de ocorrência do pico na taxa de contágio no estado apenas no final do mês de agosto, quando, pela proposta da presidência do TJSE, parte expressiva dos trabalhadores e trabalhadoras do órgão já estariam no regime presencial.

Além da gravidade de toda a situação, evidenciada nos números acima, a diretoria do Sindijus critica também outras posturas do Tribunal no período de pandemia, a exemplo da ausência de testagem. “O Tribunal de Sergipe não promoveu testes naqueles que continuaram trabalhando nessa pandemia e agora anuncia o retorno sem dizer como verificará, previamente, todos e todas que deverão retornar em 03 de agosto”, frisa Alexandre.

Ele questiona também a pesquisa do TJSE que, conforme comunicado aos servidores pela gestão, “tem por finalidade rastrear os integrantes de grupos de risco”. “Essa pesquisa que nos parece apressada, feita sem qualquer diálogo anterior com o sindicato, esquece, por exemplo, que as pessoas possuem filhos, pais e mães, pessoas sob sua responsabilidade que demandam cuidados especiais, que estão em grupo de risco. Esquece também que as escolas não estão funcionando e que isso deve demorar a acontecer: quem cuidará das crianças nesse momento?”, indaga o coordenador do Sindijus.