O Presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, o desembargador Osório Ramos Filho, atropelou as negociações da campanha salarial ao negar o pedido de antecipação da reunião feito pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Sergipe (Sindijus).

A reunião permanece agendada para a manhã da próxima terça-feira, 26, véspera da última sessão do Pleno da atual gestão.

A manutenção do encontro inviabiliza as tratativas, uma vez que a revisão geral anual dos salários dos servidores, assim como outros projetos, precisa ser votada e aprovada pelo conjunto de desembargadores do Pleno do Tribunal.

O ofício encaminhado pela Presidência não apresentou nenhum tipo de justificativa para a manutenção da data, mesmo diante do apelo do sindicato de antecipar o encontro com vistas a não inviabilizar as tratativas.

A manutenção da reunião na véspera do Pleno dificulta ainda a avaliação dos servidores em Assembleia Geral, espaço indispensável na democracia do Sindijus. “As propostas e contrapropostas feitas na mesa de negociação devem passar pela avaliação coletiva da categoria, isso não abrimos mão”, destaca Jones Ribeiro, coordenador geral do Sindijus.

Além de sinalizar o desinteresse em dialogar com os servidores e acatar as reivindicações da categoria, ao protelar a realização da reunião, Osório Ramos Filho volta atrás no compromisso firmado na última reunião de que convocaria o sindicato para negociação assim que fosse divulgado o percentual da inflação de 2020, o que já ocorreu.

"O Presidente tem uma oportunidade de ouro nas mãos ao comandar o TJ pela segunda vez, podendo descontruir percepções ruins do período anterior. Até que tivemos um bom início, mas esse final de mandato, com corte na nossa carreira, falta de negociação e falta de avanço na nossa pauta de reivindicações não é um bom caminho. Terá que escolher como passará para história, se ao lado dos servidores, ou contra eles."