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Intervenção no Natal do TJSE questiona tratamento desigual com servidores

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Este ano o Natal das Famílias do TJSE foi de luta. Empunhando cartazes, estandartes e fazendo uma intervenção com projeção de imagens, sindicalizados do Sindijus participaram da programação do evento, que ocorreu na noite da quarta, 12 de dezembro, em frente ao Palácio da Justiça.

A motivação do protesto tem fundamento na falta de posicionamento do presidente do TJSE, Cezário Siqueira Neto, em relação à pauta da categoria e em razão da recente aprovação do reajuste do vencimento-base abaixo da inflação e sem negociação. E, como agravante a essa situação, o aumento de 16,3% no subsídio dos juízes, que em dinheiro, representa um acréscimo maior do que o salário de muitos servidores, quase R$ 5 mil mensais.

Insistindo no questionamento “Que Justiça é essa que só atende aos de cima?”, diversos trabalhadores do TJ empunharam, em silêncio, os cartazes e estandartes ao redor da plateia durante toda cerimônia.

Ao final, uma projeção de imagens, também sem áudio, iluminou o prédio da Escola do Legislativo, localizado na Praça Fausto Cardoso, ao lado de onde estava montado o palco do TJSE. Por meio de um projeto artístico de audiovisual, a categoria deu o recado à Presidência do TJSE, estampando que “Selo não enche barriga” e “Reduzir desigualdades é fazer justiça.”

A intervenção urbana chamou à atenção do público presente, recebendo inclusive manifestações de apoio. “A gente pensa que na justiça tudo é certo, mas quando chega aqui descobre que nela também tem problemas. Se o Judiciário também erra com os trabalhadores, o sindicato está correto em protestar. Os juízes não podem se incomodar com os protestos dos trabalhadores, porque eles estão lutando por seus direitos. Ao invés disso, os juízes devem resolver o que está errado e ajudarem os trabalhadores a ter os direitos,” disse a estudante universitária, Jamile Nascimento.

 

Natal01Não há do que reclamar

A manifestação também chamou a atenção da imprensa, que buscou obter informações tanto da categoria quanto da gestão do tribunal.

No entanto, em entrevista dada à TV Sergipe, o presidente do TJSE, Cezário Siqueira Neto, diz que os servidores não têm do que reclamar. “O Tribunal de Justiça ao longo dos últimos anos deu aos servidores um ganho, um aumento real, ou seja, além da inflação, de 42%. Portanto, o Tribunal de Justiça é o único tribunal no país, talvez, que tenta atendido essas reivindicações salariais em sua totalidade e superado os índices inflacionários. Portanto, não há motivo para reclamação. Nós aprovamos novamente a reposição quando os demais funcionários públicos, nem municipais nem estaduais, tiveram qualquer reposição. E proporcionamos um bônus referente ao Selo Diamante, que todos os servidores do tribunal estão recebendo. Natural que os sindicatos reivindiquem, assim como as associações, mas, justiça seja feita, não há motivo absolutamente,” afirmou.

A direção do Sindijus lamenta que o posicionamento do presidente do Tribunal esteja desconectado da realidade. “O resultado da política de valorização adotada pelo TJSE é que nós continuamos recebendo uma das piores remunerações do Judiciário brasileiro, isso inclusive é reconhecido oficialmente pelo TJ. Lamentamos que o atual chefe do Poder apresente uma justificativa dessa natureza. Nós pensamos o oposto dele. Apesar das conquistas expressivas que obtivemos nas gestões do TJ dos últimos 14 anos, o que não aconteceu na gestão atual, os servidores ainda vivem em uma realidade bem distante dos diamantes conquistados. Nada justifica que, sendo todos servidores públicos, uns recebam 16% enquanto outros recebam 3,5% e continuem trabalhando com salários defasados. Esse tipo de tratamento só reforça a desigualdade no TJ,” contrapõe Ednaldo Martins, representante de base do Sindijus e diretor da Fenajud.

A intervenção realizada no Natal do TJSE segue os posicionamentos definidos coletivamente pela Assembleia Geral da categoria, que decidiu insistir que o desembargador Cezário Siqueira abra o diálogo para negociar as reivindicações. “Se a falta de negociação da gestão continuar, vai causar prejuízos graves a todos os servidores efetivos, mas ainda há tempo para contornar essa situação até o final do seu mandato na Presidência, que vai até o dia 31 de janeiro. É isso que esperamos,” informa o dirigente do Sindijus.

 

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