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Mais de 80% dos reajustes salariais ficaram acima do INPC, aponta Dieese

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Nas negociações, a indústria se destaca com aumentos reais em 82,2% dos reajustes

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Mais de 80% dos reajustes salariais registrados até 11 de janeiro, referentes à data-base de dezembro, resultaram em ganhos acima da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o levantamento Mediador, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 48 reajustes salariais cerca de 83,3% resultaram em ganhos acima do indicador, enquanto 16,7% tiveram apenas recomposição das perdas passadas. Não houve, até o momento, reajustes abaixo do INPC.

Esse quadro ainda pode ser alterado, devido ao baixo número de registros de dezembro. Em geral, são cadastrados mais de 200 resultados de negociações nesta data-base. Em 2022, por exemplo, foram 250. Em dezembro, a variação real média dos reajustes é, até o momento, de 1,52% acima do INPC.

O reajuste necessário segue em queda, junto com a variação do indicador, chegando a 3,71% para as negociações com data-base em janeiro de 2024. O painel parcial de 2023, com os primeiros números de dezembro, mostra que 77% dos resultados analisados no ano alcançaram ganhos acima do INPC; 17,3%, reajustes iguais a esse índice inflacionário e 5,7% ficaram abaixo dele. O painel é composto por 19.531 reajustes salariais. A variação real média no ano é, até o momento, igual a 1,11% acima do INPC.

Entre os setores econômicos analisados, a indústria se destaca, com aumentos reais em 82,2% dos reajustes, seguida pelo setor de serviços, com ganhos reais em 79%. O comércio vem em terceiro lugar, com resultados acima da inflação em 56,4% dos casos. Em relação aos reajustes salariais abaixo do INPC, indústria e comércio apresentam percentuais parecidos (cerca de 5% cada), enquanto, nos serviços, o valor foi ligeiramente maior (6,7%).

Entre as regiões geográficas, o percentual de resultados acima da inflação varia entre 70,9%, no Nordeste, e 81,2%, no Sudeste. Já os reajustes abaixo do INPC ficam entre 1,6%, no Sul, e 10,7%, no Norte. Em relação aos tipos de instrumentos coletivos, aumentos reais continuam mais frequentes entre os acordos coletivos (78,9%) do que entre as convenções coletivas (72,7%), embora entre os primeiros também se verifique maior regularidade de resultados abaixo do INPC do que nas convenções (6% e 5,1%, respectivamente).

Pisos salariais

Os valores dos pisos salariais são apresentados, a seguir, em dois indicadores: 1) valor médio, equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados; e 2) valor mediano, correspondente ao valor abaixo do qual está a metade dos pisos analisados. A vantagem da apresentação do valor mediano é que ele sofre menos influência dos valores extremos da série, indicando melhor a distribuição dos pisos.

De janeiro a dezembro de 2023, o valor médio dos 19.551 pisos salariais analisados foi de R$ 1.651,57; e o valor mediano, de R$ 1.547,00. Na comparação entre os setores, o maior valor médio observado continua nos serviços (R$ 1.689,35); e o menor, no setor rural (R$ 1.564,85). Quanto aos valores medianos, o maior foi registrado na indústria (R$ 1.587,00); e o menor, nos serviços (R$ 1.528,96).

Fonte: Correio do Povo