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Servidores do TJSE encerram Greve Sanitária, mas permanecerão exigindo condições seguras de trabalho

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fim da greve sanitária parte interna

Após mais de duas semanas de mobilizações diárias via internet alertando para a gravidade da situação da covid-19, os trabalhadores e trabalhadoras do Tribunal de Justiça de Sergipe decidiram, em Assembleia Geral online, na última sexta-feira (21/08), encerrar a Greve Sanitária em Defesa da Vida.

Iniciada no dia 3 de agosto, data determinada pela Presidência do TJSE para o retorno às atividades presenciais, a Greve Sanitária entrou para a história do sindicalismo do Judiciário sergipano, já que foi a Greve mais longa da história do Sindijus, com duração de 19 dias.

Em todo o processo de Greve, como afirma Jones Ribeiro, coordenador-geral do Sindijus, “o conjunto dos servidores denunciou o tratamento desigual no TJSE, simbolizado pela balança que sangra apenas de um lado, pois os trabalhadores foram expostos ao contágio desde o primeiro dia da retomada gradual das atividades presenciais, enquanto os juízes continuaram protegidos”.

Com o slogan “Vidas de trabalhadores importam”, a Greve Sanitária representou também uma inovação no modo de fazer mobilização dos trabalhadores, já que não significou a paralisação dos serviços, mas a continuidade da realização em teletrabalho, como forma de proteção às vidas, tanto dos próprios servidores quanto de seus familiares e da população que acessa os serviços do Judiciário sergipano.

“Em meados do mês de julho, o medo tomou conta dos servidores do TJSE, quando houve o anúncio do retorno presencial. Naquele momento, Sergipe estava no ápice da pandemia, com altíssima taxa de contágio, mortes e ocupação dos leitos de UTI. Além disso, o Tribunal não resguardou aqueles que fazem parte do grupo de risco da Covid-19. Após uma resistência histórica, o quadro da saúde pública melhorou e o tribunal corrigiu a situação dos que estão no grupo de risco do vírus, ajudando a preservar vidas”, avaliou Alexandre Rollemberg, coordenador do Sindijus.

 

Mobilização permanece

A diretoria do Sindijus salienta que o término da Greve Sanitária não significa o fim ou mesmo o arrefecimento da fiscalização e das denúncias em possíveis casos de exposição dos servidores e servidoras a condições indignas de trabalho.

“A partir de agora, os ambientes de trabalho serão fiscalizados, através de checagem conforme formulário elaborado por assessoria técnica contratada pelo sindicato. Além disso, os servidores poderão apresentar denúncias, pelo site, telefone e e-mail do sindicato, e solicitar a presença do Sindijus, caso seja necessário”, explica Rollemberg.

Do mesmo modo, o dirigente sindical ressalta que, conforme aprovado na Assembleia, o Sindijus dará continuidade à ação que tramita na Justiça do Trabalho, na qual houve concessão de liminar já cassada. Sobre esse caso, vale lembrar que houve a apresentação de dois recursos, um no Tribunal Regional do Trabalho e outro no Tribunal Superior do Trabalho, ambos ainda não decididos.