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Carreira, concurso e mudança na coordenadoria de perícias são prioridades dos analistas

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Participantes avaliaram positivamente a contraproposta de melhoria dos interníveis, da Presidência do TJSE, e reforçaram a crítica ao processado movido contra dez analistas

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Na quinta-feira, dia 28, o Sindijus realizou a última Plenária de Base de construção da pauta de reivindicações de 2023. Desta vez, o debate reuniu os analistas judiciários do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE). Os encaminhamentos tirados na reunião, juntamente com os aprovados nas demais plenárias, serão avaliados na Assembleia Geral da categoria que acontecerá nesta segunda-feira, dia 02.


Encaminhamentos aprovados

No encontro, o debate coletivo dos analistas judiciários resultou na aprovação dos seguintes encaminhamentos:

  • solicitar que a coordenadoria de perícias e as chefias de núcleos de analistas sejas sempre comandadas por um(a) analista judiciário(a);
  • argumentar que o TJSE estimula a graduação, com auxílio bolsa-estudo, mas não tem adicional de graduação para os servidores;
  • no mínimo, igualar o valor do adicional de pós-graduação ao valor da bolsa-estudo e usar o mesmo critério para as outras hipóteses de pagamento de adicional de qualificação;
  • na negociação, priorizar melhoria dos interníveis, perdas salariais e a criação da faixa especial do auxílio saúde para aposentados.



Informes da direção

No início do diálogo, a exemplo das plenárias com os demais cargos e com os aposentados, o coordenador geral da entidade, Jones Ribeiro, rememorou os desafios e avanços obtidos pela luta organizada no decorrer dos anos.

Após a análise do histórico do cargo, Jones repassou a pauta aprovada pela categoria para a campanha salarial deste ano e, por fim, explicou a contraproposta feita pela gestão de Ricardo Múcio de redução de distorções com a melhoria dos interníveis de alguns cargos.

“A contraproposta que foi apresentada trata da melhoria dos interníveis dos cargos de agente, técnico e analista judiciário, para recompor um pouco as perdas que tivemos nas nossas carreiras ao longo dos anos. Nós temos, atualmente, evolução bianual de 2,7% para os analistas e com a contraproposta passaria a 3,2%; avançaríamos mais 0,5% a cada dois anos, o que tem um impacto interessantíssimo no final de carreira apenas com vencimento básico”, avaliou.

O coordenador do Sindijus também falou sobre a reivindicação, dos analistas, por concurso público. “A cobrança de concurso público é um assunto de total interesse dos analistas. Não há, no edital desse concurso que está para ser realizado no início do mês que vem, algumas especialidades como serviço social e psicologia, mas também direito, economia e arquitetura. E nós temos cobrado nas reuniões que fizemos. Ricardo Múcio diz que não pretende fazer um novo edital, segundo ele, isso teria justificativas, mas não deu muitos detalhes, não apresentou muitas informações e diz que quando tiver concluído o estudo ele nos mandaria. Eu acho que nós temos que esperar agora, receber esse estudo até para podermos desconstruir essas informações que, com certeza, estarão equivocadas”, afirmou.



Falas dos analistas

O analista Marcus Ramos acredita que a força dos servidores do TJSE reside na capacidade de diálogo e comunicação que a categoria possui. Segundo ele, até o momento não foi necessário recorrer a medidas mais extremas, como manifestações nas ruas, para pressionar a gestão, o que demonstra que o Sindijus está no caminho certo. Ele destacou que o avanço alcançado com o Plano de Carreira, mesmo que não seja tudo o que desejava, é um passo significativo.

“Em primeiro lugar, quero parabenizar todos vocês. É notável que somos uma categoria que está envelhecendo, e muitos de nós já avançaram bastante em suas carreiras. Além disso, estamos há um bom tempo sem a realização de concursos, o que tem sobrecarregado ainda mais nossos servidores, que estão em estágios avançados de suas trajetórias profissionais. Eu sempre fui um grande defensor de uma carreira mais valorizada, mesmo antes da perda do terço de férias, e a recente conquista e a luta contínua dos colegas são inspiradoras”, declarou.

Ramos também discorreu sobre o tópico qualificação. “A parte obrigatória, da pauta, nada a retirar. Na verdade, eu queria acrescentar apenas, em termos argumentativos, o tópico qualificação por titulação, uma das conquistas que a entidade conseguiu, mas precisamos avançar no sentido de garantir incentivo a quem faz graduação”.

Durante a Plenária, o analista Gilvan Santos, relatou preocupação relacionada ao teletrabalho no Tribunal. Segundo ele, embora reconheça que as opiniões individuais sobre o assunto variam, ele observa que a implementação do teletrabalho tem sido problemática, especialmente para os analistas. A falta de regulamentação específica para esse grupo gera situações controversas, como acordos informais entre colegas e chefias para cumprir metas desafiadoras de laudos, em detrimento da saúde dos servidores.

O servidor destacou que essa prática gera consequências negativas em duas frentes: primeiro, os servidores que concordam com tais acordos se sentem explorados, pois deveriam ter o direito de afastamento em caso de problemas de saúde; segundo: os números, na avaliação deles enganosos, resultantes desses acordos podem levar a uma percepção equivocada de que o Tribunal não precisa contratar mais analistas, prejudicando a categoria como um todo.

“A falta de regulamentação do teletrabalho também tem impacto na não disponibilização de vagas para analistas de serviço social e psicologia nos concursos realizados pelo tribunal. Acrescento ainda que, em relação às condições de trabalho, dez analistas enfrentam processos devido ao não cumprimento de metas consideradas excessivas, e esperamos que a administração aborde essas questões de maneira satisfatória e pare com esse inquérito absurdo, de dentro da gestão da Coordenadora de Perícias Judiciais. Parece que fazem questão de colocar como se fosse a sujeira embaixo do tapete. Ninguém fala sobre isso”, disse.

Por fim, a analista Ângela Bezerra, abordou o tema levantado por Gilvan, a respeito do processo administrativo movida em face de dez analistas judiciários, o que está embasado na questão de produtividade. Para a servidora, o TJ não reconhece o bom trabalho dos analistas, mesmo aqueles que se desdobram para alcançar a meta instituída de 10 laudos mensais. “A gente não tem uma gratificação, a gente não recebe décimo quarto salário, a gente não é reconhecido, apesar de sermos os únicos profissionais do Judiciário que se deslocam para outro município para executar nossas atividades”, descreveu.


Assembleia Geral

As propostas colhidas em todas Plenárias de Base serão apreciadas pela Assembleia Geral da categoria, que ocorre hoje, a partir das 16 horas, por meio de videoconferência. Confira o link aqui: https://us02web.zoom.us/j/84528186311.